Segunda-Feira, mais um dia parece começar. Longe vão os dias em que o tempo parecia estático, hoje parece que o mesmo se escorrega por entre os meus dedos.
Ao que parece, agora a minha vida está diferente, embora eu me sinta o mesmo, vivo-a estranhamente com a sensação de que não é a minha vida, que simplesmente esta não me pertence. Talvez seja isso mesmo, talvez esta vida não me pertença.. ou então talvez seja eu que não me vejo nela, não desta forma, não como sempre quiz que ela fosse. Por outro lado, quando é que a vida foi o que eu queria? Pois, o melhor seria perguntar-me o que queria eu que a vida fosse. É provável que esta seja uma pergunta sem resposta mas também é provável que as respostas não se adequem ás perguntas, pois as perguntas têm uma desconcertante tendencia em se alterar e no final, para nossa surpresa, tiramos negativa no teste, não apenas por falta de estudo mas essencialmente por falta de compreensão.
Seremos então professores, não de outros, mas de nós próprios? Quem avalia a avaliação que fazemos de nós mesmos? E daquele? E daquela? E de ti? E de mim?
Quem é quem neste jogo de xadrez? Qual peão se sacrificaria voluntariamente pelo seu Rei? Alguma coisa existe em vão? Estas palavras são em vão?
Não existe dor por um bem maior, nem muito menos em vão. Assim como o preto existe para dar cor ao branco, embora por vezes não pareça, tudo existe para dar uma continuidade. A Existência é uma longa corrente e tudo nela são elos, uns fortes outros menos fortes, frágeis, mas mesmo assim firmes.
O passado faz-me sentir grande no presente e o futuro faz-me alcançar o amanha com a força e grandeza de hoje.
O meu objectivo não é reconhecerem-me, mas sim, reconhecer-me a mim próprio como eu mesmo, sem precisar que alguém me diga o que sou, pois ninguém deverá sabe-lo melhor que eu.. bom, pelo menos assim deveria de ser.
No fundo, quanto mais escrevo mais me conheço, pois falo de mim como um desconhecido.
Momentos mágicos são todos aqueles em que sentimos que existimos, não por um bem maior, não em vão, mas por nós, pois estamos aqui sempre que dermos por ela.
De facto, não podemos negar a nossa Existência, isso é bem verdade.
Ao contrário do que um dia alguém disse:
Eu existo, logo, Penso.